Leis antimissionárias da Rússia levam dez cristãos a serem multados na Crimeia
Cristãos na Crimeia, região da Ucrânia anexada pela Rússia, são proibidos de evangelizar
Desde que a Rússia invadiu e ocupou a Crimeia, região no Sudeste da Ucrânia, em 2014, foram registrados 23 processos administrativos sob as leis de Yarovaya, também conhecidas como “leis antimissionárias”, de acordo com o Forum18. Neste último ano de 2021, ao menos dez cristãos protestantes foram multados por exercerem a fé
Entre os casos, quatro são relacionados a membros da igreja protestante House of the Potter em Sebastopol, uma cidade na costa do Mar Negro. A Portas Abertas relata que “o pastor, Evgenii Kornev, e um membro da igreja foram multados por liderar os cultos e outro membro da igreja foi multado duas vezes por participar ativamente dos cultos”. Segundo a organização, as acusações foram feitas com base em informações na mídia social da igreja.
A perseguição das autoridades com a igreja não é agora. Diversos membros e o pastor já foram anteriormente acusados por uma lei que criminaliza “russos que realizam atividades missionárias”, apenas por estarem falando com outras pessoas, distribuindo folhetos, ou cantando em um ponto de ônibus.
No último mês, um membro de uma pequena igreja protestante em Kerch, uma cidade no Leste da Crimeia, foi acusado e multado por entregar panfletos a duas mulheres que não eram membros da igreja. Agentes do serviço de segurança da Rússia invadiram o local, sob a alegação de garantir que a comunidade estivesse operando em conformidade com a Lei de Religião da Rússia.
Um analista da Portas Abertas, explica que a situação na Crimeia é diferente do que está acontecendo na região leste de Donbass e no resto da Ucrânia.
“Embora a Rússia tenha afirmado a independência das Repúblicas Populares de Luhansk e Donetsk, ainda não as anexou e, portanto, a Lei Religiosa da Rússia, incluindo as leis antimissionárias, não se aplicam aqui. Assim, as autoridades dessas repúblicas podem fazer as próprias leis religiosas. Relatórios do ano passado mostram que às vezes elas vão mais longe em suas ações contra certas denominações do que a própria Rússia”, disse o analista.
Com informações Portas Abertas – Foto: reprodução/ Portas Abertas